Era uma vez um homem que havia adquirido o costume de comer terra. Um dia entrou em uma barraca para comprar açúcar.
O comerciante, que não era um homem honrado, usava torrões de terra para pesar. Disse a nosso homem:
"Este é o melhor açúcar da cidade, mas utilizo terra para pesa-lo."
O outro respondeu:
"Necessito açúcar. Pouco me importa que os pesos da tua balança sejam de terra ou ferro!"
E pensou para si:
"Sendo um comedor de terra, não podia me cair melhor."
O comerciante se pôs a preparar o açúcar e o homem aproveitou para comer a terra. O comerciante notou sua manobra, porém não disse nada, pois pensava:
"Esse idiota se prejudica a si mesmo. Teme ser surpreendido, mas eu só tenho um desejo: que coma o máximo de terra possível. Já compreenderá quando ver quão pouco açúcar restará na balança!"
Experimentas um grande prazer cometendo adultério com os olhos, porém não te dás conta de que, ao fazê-lo, devoras tua própria carne.
Extraído de '150 Contos Sufis Extraídos do Matnawi'
Rumi
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