Era costume entre os homens de Qazwin mandar tatuar no corpo
diferentes emblemas. Um homem covarde procurou o artista para tatuar-lhe um desses emblemas em suas costas, e pediu que fosse a figura de um leão. Mas, quando sentiu as picadas da agulha, uivou de dor e disse ao artista:
"Que parte do leão você está pintando?"
O artista respondeu:
"Estou fazendo a cauda"'.
O paciente gritou:
"Esqueça a cauda; passe para outra parte".
O artista começou então por outra parte, mas o paciente gritou de novo e disse-lhe que tentasse em outro lugar. Sempre que o artista aplicava suas agulhas, o paciente levantava objeções semelhantes, até que, por fim, o artista jogou no chão todas suas agulhas e pigmentos e recusou-se a continuar.
[Masnavi, Mevlana Jalal Ud Rumi, História X, página 56]
Baba Mustansir Ganj Shakar Abdul-Alyy Al Akbar diz:
Ya Ali Madad!
Em muitos ciclos (Dawr) vemos a humanidade, a grande massa da civilização humana repudiar a dor como esse homem a ser tatuado, a dor por menor que seja se torna insuportável, o mesmo acontece com o processo de desenvolvimento espiritual, as provações da vida no dia a dia seja no emprego ou nos relacionamentos nos quais uma leve brisa se torna uma tempestade devastadora que acaba com tudo devido a falta de convicção, paciência, auto-conhecimento e insegurança oriundas de diversas causas.
Como esse homem covarde que não suportava a ponta da agulha, muitos nos dias de hoje não suportam seus problemas por mais insignificantes que possam parecer e já desistem covardemente antes mesmo de começar.
A coragem perante as dificuldades da vida é o que separa o fraco do forte.
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